Era um clima diferente em São Januário. O Grupamento Especial de Policiamento
em Estádios (Gepe) proibiu a entrada de instrumentos e faixas, alegando que as
torcidas não enviaram ofício prévio pedindo autorização. Além disso, o baixo
nível técnico da partida e a presença de poucos torcedores (menos de 5 mil no
total) contribuíram para que o estádio ficasse quase em silêncio. Mas nada como
um ídolo para tirar o Vasco do marasmo e comandar a vitória por 3 a 0 sobre o
Madureira, neste domingo, em São Januário, pela terceira rodada da Taça Rio.
Autor das poucas boas jogadas e do primeiro gol cruz-maltino, Juninho foi
fundamental para que a equipe confirmasse a liderança isolada do Grupo B, agora
com sete pontos. Ele também recebeu aplausos de Sérgio Cabral, governador do Rio
de Janeiro, que assistiu à partida das tribunas.
![]() |
Juninho Pernambucano tenta jogada contra dois atletas do Madureira (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco) |
O próximo compromisso do Vasco no Campeonato Carioca será o clássico contra o
Botafogo, no próximo domingo, no Engenhão. Antes, nesta quarta-feira, a equipe
enfrenta o Libertad, pela Libertadores, no Paraguai, para onde viaja nesta
segunda. Já o Madureira volta a campo domingo contra o Bangu, em Conselheiro
Galvão.
Primeiro tempo sem emoções
O ambiente de São Januário não era convidativo ao bom futebol. E isso se
refletiu em campo no primeiro tempo, marcado por muitos erros de passe e péssimo
nível técnico. Mesmo com muitos jovens do Vasco em campo, foi Juninho
Pernambucano, de 37 anos, quem mais se movimentou. Saíram dos pés do capitão as
poucas jogadas de gol da equipe nos primeiros 45 minutos.
Aos dez minutos, Juninho Pernambucano acertou boa enfiada de bola para Diego
Souza. Pouco depois, cobrou escanteio na cabeça do camisa 10. Mas essas duas e
todas as outras tentativas do Vasco no primeiro do tempo não foram na direção do
gol. Irritada, a torcida chegou a vaiar Fellipe Bastos e mostrou impaciência com
Eduardo Costa.
O Madureira tampouco mostrou competência em suas jogadas ofensivas, embora a
desorganização do Vasco fosse um convite às investidas. No entanto, a equipe aos
poucos reduziu seu ímpeto até chegar ao intervalo mostrando-se satisfeito com o
empate sem gols.
Abelairas estreia, e Juninho comanda vitória
O Vasco
voltou para o segundo tempo com Abelairas no lugar de Chaparro e sem mudanças na
prática. O clima em São Januário permaneceu morno, mas foi necessário o talento
solitário do ídolo para fazer o estádio sair do silêncio. Aos dez minutos,
Juninho teve duas chances consecutivas defendidas pelo goleiro Cléber. Mas
mostrando uma motivação muito maior que a de seus companheiros, o Reizinho abriu
o placar em grande estilo. Ele tocou a bola com o peito para Dieyson e correu
para dentro da área. Max foi à linha de fundo e cruzou na medida para o capitão,
que tocou de cabeça para fazer 1 a 0, aos 14 minutos.
O placar favorável acordou a torcida, que passou a cantar e apoiar a equipe.
Em campo, o Vasco mostrou-se mais efetivo e finalmente começou a criar boas
jogadas. Assim, diante da fragilidade do Madureira, o segundo gol não demorou a
sair. Aos 21 minutos, o então criticado Fellipe Bastos se redimiu marcando o
seu. Ele roubou a bola de Caio César na intermediária e chutou no canto direito
de Cléber, fazendo 2 a 0. Normalmente adepto das dancinhas, preferiu chupar o
dedo e repetir o gesto de Bebeto na Copa de 1994 para homenagear a filha
recém-nascida Giovanna.
Já com a vitória confirmada, o Vasco claramente passou a se poupar, pensando
em seus próximos compromissos. O Madureira ainda tentava diminuir a desvantagem,
mas esbarrava nas boas defesas de Fernando Prass. Aos 35 minutos, Juninho
novamente provocou catarse em São Januário ao deixar o campo para a entrada de
Diego Rosa. O camisa 8 foi ovacionado e chegou a fazer um movimento de
reverência à torcida, que cantava seu nome, pouco antes de entrar no
vestiário.
Aos 41 minutos o Vasco deu números finais à partida com uma bela jogada de
muitos toques. Ela foi finalizada, por Allan, que havia entrado no segundo
tempo, ainda cortou um adversário antes de chutar de dentro da grande área para
fazer o terceiro gol.
Fonte: GloboEsporte.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário